Tá na hora, tá na hora.. NÃO tá na hora de brincar!!

Gente, ontem completou uma semana que foi ao ar a entrevista que a rainha dos baixinhos, Xuxa, concedeu ao Fantástico, na qual ela revelou ter sido vítima de abuso sexual na infância.

Embora alguns tenham chegado a pensar que ela fez isso buscando ibope, francamente, não sejamos ingênuos ao ponto de imaginar que ela precisaria disso, afinal, a mãe da Sasha está entre as mulheres mais conhecidas do país.

O sucesso que ela fez na década de 80 nem se compara com o que ela fez nos anos 90 e tão pouco nos anos 2000.

O que eu quero chamar atenção, na verdade, não é sobre a carreira dela, sólida e bem sucedida, isso é inegável, quero mesmo retratar a contribuição do depoimento sobre um assunto tão sério, delicado e, infelizmente, comum.

Inúmeras são as crianças e adolescentes que passaram por isso e sofreram caladas durante muito tempo, muitos anos, sem coragem de contar para os pais, aliás, muitas vezes eles mesmos são quem abusam dos filhos. Nesta hora, em quem confiar? Em ninguém! O que resta? Sofrer calado, pelo tempo que for preciso, algo muito triste, mas comum.

Esta semana, o disk 100, que lida com denuncia de violência contra criança e adolescente, e outros tipos de violações aos direitos humanos, recebeu 285 mil ligações, um aumento de 30% apões a reportagem ter ido ao ar.

Então, como pode ter sido negativo tal desabafo?

Quem ainda pensa que ela mentiu, ou inventou a historia, não pára para pensar que estupros são uma realidade dentro dos lares. Dificilmente uma pessoa que passa por este tipo de trauma conseguiria inventar tudo isso, afinal, mesmo depois de muitos anos é sempre difícil relatar casos como este.

Ficar atento ao comportamento de crianças e adolescentes é fundamental para tentar perceber se algo de errado esta acontecendo.

Fiquei muito feliz ao saber que o Fantástico usou seu espaço para algo que realmente traga retorno para a construção de uma sociedade melhor, já que, inúmeras vezes explora sua capacidade com matérias sensacionalistas.

Quem vive esse drama, geralmente é chamada de vitimista, quando relata seu caso. Isso não pode acontecer. É preciso entender, sendo solidário com estas vítimas, e abrir os olhos para uma realidade triste e constante, o abuso sexual contra crianças e adolescentes, onde sentimentos como vergonha e medo os acompanharão pela vida inteira, onde dificilmente essas marcas sumirão.

Afinal, não é porque não acontece dentro da sua casa, que isso deixa de ser verdade.